Uma educação para a saúde é um direito de todo cidadão e vai muito além do conhecimento sobre o corpo humano e seu funcionamento. É a capacidade de compreender e agir sobre os fatores que condicionam a saúde e as condições socioculturais, econômicas, o acesso adequado às instituições de sáude, se o direito a um atendimento com qualidade é garantido promovendo a qualidade de vida.
Qualidade de vida e saúde não são mais entendidas como ausência de doença e sim o bem-estar físico, psíquico, biológico e social.
A saúde, como um tema transversal, valoriza o significado social dos procedimentos e conceitos próprios das áreas convencionais, relacionadas às questões da realidade e ampliando o valor da escola e do professor na formação integral dos cidadãos (Brasil, 1998).
E como anda a saúde do professor?
Na atualidade, o professor vem exercendo muito além da tarefa de transmitir conhecimento ao aluno. A extensão do trabalho do professor ultrapassa a sala de aula, tendo que participar ativamente de toda a ação educativa, desde a gestão até o planejamento escolar.
O não reconhecimento da profissão do educador, a baixa remuneração, o comprometimento estreito para garantir a articulação entre a escola e a comunidade, a necessidade de atualizar-se constantemente faz com que muitas vezes o professor tenha que dobrar período para garantir seu próprio sustento e de sua família e ainda tenha dinheiro para sua formação continuada.
Para a Dra. Maria Cristina Capo Bianco, psicóloga e coordenadora do programa Qualidade de Vida da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), as principais doenças que acometem os professores são disfunções músculo-esqueléticas; bursite; epicondilite; LER/DORT; as relacionadas à voz; lombar es e os transtornos mentais e de comportamento. “ O caminho para encontrar a melhoria na qualidade de vida tem que vir de dentro para fora. O conceito de bem-estar deve partir da própria pessoa. E isso se torna um agravante, pois verificamos nos docentes uma jornada de trabalho excessiva, muitas vezes, ocupando os três turnos, gerando pouco tempo livre destinado ao lazer. O estresse torna-se então crônico, os professores ficam cada vez mais cansados, sem perspectivas de crescimento, irritam-se com facilidade. Sintomas próprios da Síndrome de Burnout”, avalia.
A educação para a saúde só se concretizará se puder contribuir para o crescimento da capacidade de fazer escolhas e para a ampliação das potencialidades pessoais e sociais, traduzidas em atitudes e práticas favoráveis à vida e à conquista de qualidade de vida dos indivíduos e da coletividade.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos temas transversais: terceiro e quarto ciclos. Brasília, DF, 1998. 1v.
http://www.revistaoprofessor.com.br/download/Revista_SinproABC_Edicao01.pdf