VÍDEO-AULA 11- TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)
MÓDULO II - DISCIPLINA: SAÚDE NA ESCOLA
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A manifestação do transtorno ocorre na infância, no momento em que à criança apresenta excessivas alterações no comportamento. Como essas crianças normalmente são agitadas e inquietas, seria então difícil diagnosticar qualquer distúrbio comportamental, mas quando se trata de crianças com TDAH a ideia de inquietude e agitação se multiplica, e o comportamento dessa criança torna-se excessivo em relação a outras que convivem no mesmo ambiente. O TDAH causa muitos problemas para crianças com esse transtorno em basicamente três áreas: familiar, escolar e social (SANTOS, 2007, apud, AQUINO, J.N; NAPOLE, N., 2008).
O transtorno pode ser caracterizado pela combinação dos sintomas distração, impulsividade e hiperatividade. É a partir desse trio que irá se desenvolver o universo do TDAH, que oscila da plenitude criativa a exaustão de um cérebro que nunca para (SILVA, 2003, apud, AQUINO, J.N; NAPOLE, N., 2008).
Para considerar que uma criança ou adulto realmente apresente o diagnóstico positivo do TDAH é indispensável que passe por exames clínicos psicológicos e neurológicos, para que não haja falsas expectativas em relação ao problema.
Para Araújo, Mattos e Pereira ,2005,apud, AQUINO, J.N; NAPOLE, N., 2008).
[...] o diagnóstico é obtido quando o paciente atende pelo menos seis dos nove critérios de um ou de ambos os domínios da síndrome (hiperatividade, impulsividade e desatenção) e pelo menos dois locais de avaliação distintos, como por exemplo, em casa e na escola.
Critérios Diagnósticos para Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade
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| A. Ou (1) ou (2) |
| 1) seis (ou mais) dos seguintes sintomas de desatenção persistiram por pelo menos 6 meses, em grau mal-adaptativo e inconsistente com o nível de desenvolvimento: Desatenção: (a) freqüentemente deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em atividades escolares, de trabalho ou outras (b) com frequência tem dificuldades para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas (c) com freqüência parece não escutar quando lhe dirigem a palavra (d) com freqüência não segue instruções e não termina seus deveres escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais (não devido a comportamento de oposição ou incapacidade de compreender instruções) (e) com freqüência tem dificuldade para organizar tarefas e atividades (f) com freqüência evita, antipatiza ou reluta a envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou deveres de casa) (g) com freqüência perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (por ex., brinquedos, tarefas escolares, lápis, livros ou outros materiais) (h) é facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa (i) com freqüência apresenta esquecimento em atividades diárias |
| (2) seis (ou mais) dos seguintes sintomas de hiperatividade persistiram por pelo menos 6 meses, em grau mal-adaptativo e inconsistente com o nível de desenvolvimento: |
| Hiperatividade: (a) frequentemente agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira (b) frequentemente abandona sua cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentado (c) frequentemente corre ou escala em demasia, em situações nas quais isto é inapropriado (em adolescentes e adultos, pode estar limitado a sensações subjetivas de inquietação) (d) com freqüência tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer (e) está frequentemente "a mil" ou muitas vezes age como se estivesse "a todo vapor" (f) freqüentemente fala em demasia |
| Impulsividade: (g) frequentemente dá respostas precipitadas antes de as perguntas terem sido completadas (h) com freqüência tem dificuldade para aguardar sua vez (i) frequentemente interrompe ou se mete em assuntos de outros (por ex., intromete-se em conversas ou brincadeiras) |
| B. Alguns sintomas de hiperatividade-impulsividade ou desatenção que causaram prejuízo estavam presentes antes dos 7 anos de idade. |
| C. Algum prejuízo causado pelos sintomas está presente em dois ou mais contextos (por ex., na escola [ou trabalho] e em casa). |
| D. Deve haver claras evidências de prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional. |
| E. Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso de um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, Esquizofrenia ou outro Transtorno Psicótico e não são melhor explicados por outro transtorno mental (por ex., Transtorno do Humor, Transtorno de Ansiedade, Transtorno Dissociativo ou um Transtorno da Personalidade). |
| Codificar com base no tipo: |
| F90.0 - 314.01 Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, Tipo Combinado: se tanto o Critério A1 quanto o Critério A2 são satisfeitos durante os últimos 6 meses. F98.8 - 314.00 Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, Tipo Predominantemente Desatento: Se o Critério A1 é satisfeito, mas o Critério A2 não é satisfeito durante os últimos 6 meses. F90.0 - 314.01 Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, Tipo Predominantemente Hiperativo-Impulsivo: Se o Critério A2 é satisfeito, mas o Critério A1 não é satisfeito durante os últimos 6 meses. |
| Nota para a codificação: Para indivíduos (em especial adolescentes e adultos) que atualmente apresentam sintomas que não mais satisfazem todos os critérios, especificar "Em Remissão Parcial". |
No momento do diagnóstico, o médico procura observar o comportamento social da criança em todos os aspectos, como: escola, em casa, com os amigos e a influência do meio em suas condutas. São realizados também exames para verificar se existe algum distúrbio ou doença no Sistema Nervoso Central (SNC) que exija um tratamento mais intenso (ARAÚJO & SILVA, 2003, apud, AQUINO, J.N; NAPOLE, N., 2008).
Silva (2003, p.185) aponta algumas etapas para a realização do diagnóstico, que estão subdivididos:
1º etapa: procurar um médico especializado no assunto para que você possa expor suas idéias sobre a possibilidade de possuir esse tipo de funcionamento comportamental.
2º etapa: relacionar para ele suas dificuldades e desconfortos nas áreas profissional/escolar, afetivo-familiar e social, citando exemplos situacionais claros.
3º etapa: verificar se esses problemas o acompanham desde a infância.
4º etapa: certificar de que suas alterações se apresentam em um grau de (intensidade) significativamente maior, quando comparado a outras pessoas de seu convívio, que se encontram na mesma faixa etária e em condições sócio-culturais semelhantes.
5º etapa: eliminar a presença de qualquer outra situação médica ou não médica que seja capaz de explicar as alterações apresentadas no seu comportamento, bem como os transtornos que lhes causam no dia-a-dia.
Mediante os fatos apresentados, faz-se necessário que o diagnóstico seja feito de forma precisa. Mais importante que o diagnóstico e o tratamento é o conhecimento dos pais e professores em relação ao problema, para que todos possam colaborar para a formação humana da pessoa com TDAH.
Tratamento
No âmbito das intervenções psicossociais, o primeiro passo deve ser educacional, através de informações claras e precisas à família a respeito do transtorno. Muitas vezes, é necessário um programa de treinamento para os pais, a fim de que aprendam a manejar os sintomas dos filhos. É importante que eles conheçam as melhores estratégias para o auxílio de seus filhos na organização e no planejamento das atividades. Por exemplo, essas crianças precisam de um ambiente silencioso, consistente e sem maiores estímulos visuais para estudarem.
Goldstein e Gosdstein, 1998, apud, AQUINO, J.N; NAPOLE, N., 2008, sugerem, como ações preventivas, algumas estratégias e as principais características que um professor deverá ter ao deparar-se com um aluno TDAH em sua aula:
- Reconhecer o transtorno e que esse problema tem um grande impacto sobre as crianças da classe;
- Entender entre problemas resultantes de incompetência e resultantes de desobediência;
- Não deverá ter como primeira opção o reforço negativo ou a punição;
- Deve ser organizado, manter o ambiente da sala agradável;
- Cobrar estritamente as exigências específicas de comportamento em sala de aula;
- Deve estar interessado no processo (compreensão de um conceito) que no produto (conclusão de 50 problemas de subtração);
- Sempre distribuir pequenas recompensas sociais e materiais, relevantes e frequentes;
- Alternar atividades de alto e baixo interesse durante todo dia em lugar de fazer com que o aluno faça todo o trabalho de manhã com tarefas repetitivas;
- Estar disposto a oferecer supervisão adicional durante os períodos de transição de aulas e intervalos;
- Ser capaz de resolver problemas e fazer planejamentos de antemão para evitar problemas;
- Estar disposto a auxiliar a criança a aprender, praticar e manter aptidões organizadas;
- Estar disposto a aceitar a responsabilidade de verificar se a criança aprende e usa um sistema eficaz para manter-se em dia com o dever de casa, e verificar se ela quando sai do prédio leva esse dever para casa;
- Aceitar a responsabilidade de se comunicar continuamente com os pais;
- Fornecer informações curtas diretamente a criança em um nível que ela possa aprender e manter um controle eficaz sobre toda a classe, bem como a criança com TDAH;
- Estar disposto a permitir movimentos em sala de aula, preparar todos os alunos para mudanças na rotina e entender como e quando variar seus métodos;
- Ser capaz de encontrar algo de positivo, bom e valioso em toda a criança. Este professor valoriza as crianças por aquilo que são, não por aquilo que conseguem produzir.
- Entender entre problemas resultantes de incompetência e resultantes de desobediência;
- Não deverá ter como primeira opção o reforço negativo ou a punição;
- Deve ser organizado, manter o ambiente da sala agradável;
- Cobrar estritamente as exigências específicas de comportamento em sala de aula;
- Deve estar interessado no processo (compreensão de um conceito) que no produto (conclusão de 50 problemas de subtração);
- Sempre distribuir pequenas recompensas sociais e materiais, relevantes e frequentes;
- Alternar atividades de alto e baixo interesse durante todo dia em lugar de fazer com que o aluno faça todo o trabalho de manhã com tarefas repetitivas;
- Estar disposto a oferecer supervisão adicional durante os períodos de transição de aulas e intervalos;
- Ser capaz de resolver problemas e fazer planejamentos de antemão para evitar problemas;
- Estar disposto a auxiliar a criança a aprender, praticar e manter aptidões organizadas;
- Estar disposto a aceitar a responsabilidade de verificar se a criança aprende e usa um sistema eficaz para manter-se em dia com o dever de casa, e verificar se ela quando sai do prédio leva esse dever para casa;
- Aceitar a responsabilidade de se comunicar continuamente com os pais;
- Fornecer informações curtas diretamente a criança em um nível que ela possa aprender e manter um controle eficaz sobre toda a classe, bem como a criança com TDAH;
- Estar disposto a permitir movimentos em sala de aula, preparar todos os alunos para mudanças na rotina e entender como e quando variar seus métodos;
- Ser capaz de encontrar algo de positivo, bom e valioso em toda a criança. Este professor valoriza as crianças por aquilo que são, não por aquilo que conseguem produzir.
REFERÊNCIAS
AQUINO, J.N; NAPOLE, N. TDAH na escola: conhecimento e atuação do professor de Educação Física. 2008. 87 fs. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura plena em Educação Física) – Academia de Ensino Superior, Sorocaba, 2008. Disponível em: <http://www.pedagogiaaopedaletra.com/posts/tcc-tdah-na-escola-conhecimento-e-atuacao-do-professor-de-educacao-fisica/>. Acesso em: 19 dez 2011.
Vídeo-aula 11. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ministrada pela professora Paula Fernandes da Universidade Estadual de Campinas.

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