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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

VÍDEO-AULA 13- EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA, ESTUDO DA CIDADE E O USO DA CARTOGRAFIA

  MÓDULO II - DISCIPLINA:  EDUCAÇÃO COMUNITÁRIA




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Pode a cidade educar? 

      A julgar pelos que defendem o conceito e a prática da “cidade educadora”, a resposta é sim.
      A cidade dispõe de inúmeras possibilidades educadoras. A vivência na cidade se constitui num espaço cultural de aprendizagem permanente por si só, espontaneamente, informalmente. Como dizia Paulo Freire: “há um modo espontâneo, quase como se as Cidades gesticulassem ou andassem ou se movessem ou dissessem de si, falando quase como se as Cidades proclamassem feitos e fatos vividos nelas por mulheres e homens que por elas passaram, mas ficaram, um modo espontâneo, dizia eu, de as Cidades educarem” (FREIRE, 1993, p.23).
       Mas, a cidade pode ser “intencionalmente” educadora.
      Uma cidade pode ser considerada como uma cidade que educa, quando, além de suas funções tradicionais – econômica, social, política e de prestação de serviços – ela exerce uma nova função cujo objetivo é a formação para e pela cidadania. Para uma cidade ser considerada educadora ela precisa promover e desenvolver o protagonismo de todos e de todas – inclusive das crianças – na busca de um novo direito, o direito à cidade educadora: “enquanto educadora, a Cidade é também educanda. Muito de sua tarefa educativa implica a nossa posição política e, obviamente, a maneira como exerçamos o poder na Cidade e o sonho ou a utopia de que embebamos a política, a serviço de que e de quem a fazemos” (Freire, 1993:23). O direito à cidade é essencialmente um direito à informalidade, direito à educação não-formal.
      Paulo Freire dizia que o primeiro livro de leitura é o mundo. Para aprender da cidade precisamos ler o mundo. Em geral nós ignoramos a cidade,  estreitamos muito nosso olhar e não percebemos, e algumas vezes até a escondemos, damos as costas para não ver certas coisas que acontecem nela. Não queremos olhar certas coisas da cidade para não nos comprometer com elas, pois o olhar nos compromete. Vejamos nosso comportamento nos semáforos quando somos abordados por meninos e meninas de rua nas cidades mais empobrecidas deste planeta (e são muitas). Nossa defesa é não olhar nos olhos deles e delas. Na cidade buscamos tornar muitos seres invisíveis; até em nossas próprias casas quando aos visitantes apresentamos toda a casa e não apresentamos a empregada ou a faxineira que aí trabalham. Passamos por elas como se fossem seres transparentes.
      Precisamos de uma pedagogia da cidade para nos ensinar a olhar, a descobrir a cidade, para poder aprender com ela, dela, aprender a conviver com ela. A cidade é o espaço das diferenças. A diferença não é uma deficiência. É uma riqueza. Existe uma prática da ocultação das diferenças, também decorrente do medo de ser tocado por elas, sejam as diferenças sexuais, sejam as diferenças culturais etc. Em geral, a nossa pedagogia dirige-se a um aluno médio, que é uma abstração. O nosso aluno real, contudo, o aluno concreto, é único. Cada um deles é diferente e precisa ser tratado em sua individualidade, em sua subjetividade. Uma pedagogia da cidade serve também para a escola construir o projeto político pedagógico de uma educação na cidade.



REFERÊNCIAS

Vídeo-aula 13: Educação Geográfica, estudo da cidade e o uso da cartografia ministrada pela professora Sônia Castellar da Universidade de São Paulo.





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