VÍDEO-AULA 13- EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA, ESTUDO DA CIDADE E O USO DA CARTOGRAFIA
MÓDULO II - DISCIPLINA: EDUCAÇÃO COMUNITÁRIA
http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTO4gsCUAwPuRAgYZlgQ9Ivqr9fB55N_aLKZT0eCLtBiL19m7p00Q
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBT1miYTXr58aBdGKLr3T_UoTr4AVEmW0eHw3RSANLOCsOpFPzgxgRF5XP09Fe8RxLNES-0SWdkuBATwWy9LpG7QJ2Ael6i0MB-rvOpV3FFch3cLvY29QVMErB1wZXKDo5o5miEAl8QLC0/s1600/2859-4c744f330104e.jpg
Pode a cidade educar?
A julgar pelos que defendem o conceito e a prática
da “cidade educadora”, a resposta é sim.
A cidade dispõe de inúmeras possibilidades
educadoras. A vivência na cidade se constitui num espaço cultural de
aprendizagem permanente por si só, espontaneamente, informalmente. Como dizia Paulo
Freire: “há um modo espontâneo, quase como se as Cidades gesticulassem ou
andassem ou se movessem ou dissessem de si, falando quase como se as Cidades
proclamassem feitos e fatos vividos nelas por mulheres e homens que por elas
passaram, mas ficaram, um modo espontâneo, dizia eu, de as Cidades educarem”
(FREIRE, 1993, p.23).
Mas, a cidade pode ser “intencionalmente” educadora.
Uma cidade pode ser considerada como uma cidade que
educa, quando, além de suas funções tradicionais – econômica, social, política
e de prestação de serviços – ela exerce uma nova função cujo objetivo é a
formação para e pela cidadania. Para uma cidade ser considerada educadora ela precisa
promover e desenvolver o protagonismo de todos e de todas – inclusive das
crianças – na busca de um novo direito, o direito à cidade educadora: “enquanto
educadora, a Cidade é também educanda. Muito de sua tarefa educativa implica a
nossa posição política e, obviamente, a maneira como exerçamos o poder na
Cidade e o sonho ou a utopia de que embebamos a política, a serviço de que e de
quem a fazemos” (Freire, 1993:23). O direito à cidade é essencialmente um direito
à informalidade, direito à educação não-formal.
Paulo Freire dizia que o primeiro livro de leitura
é o mundo. Para aprender da cidade precisamos ler o mundo. Em geral nós
ignoramos a cidade, estreitamos muito
nosso olhar e não percebemos, e algumas vezes até a escondemos, damos as costas
para não ver certas coisas que acontecem nela. Não queremos olhar certas coisas
da cidade para não nos comprometer com elas, pois o olhar nos compromete.
Vejamos nosso comportamento nos semáforos quando somos abordados por meninos e
meninas de rua nas cidades mais empobrecidas deste planeta (e são muitas).
Nossa defesa é não olhar nos olhos deles e delas. Na cidade buscamos tornar
muitos seres invisíveis; até em nossas próprias casas quando aos visitantes
apresentamos toda a casa e não apresentamos a empregada ou a faxineira que aí
trabalham. Passamos por elas como se fossem seres transparentes.
Precisamos de uma pedagogia da cidade para nos
ensinar a olhar, a descobrir a cidade, para poder aprender com ela, dela,
aprender a conviver com ela. A cidade é o espaço das diferenças. A diferença não
é uma deficiência. É uma riqueza. Existe uma prática da ocultação das
diferenças, também decorrente do medo de ser tocado por elas, sejam as
diferenças sexuais, sejam as diferenças culturais etc. Em geral, a nossa
pedagogia dirige-se a um aluno médio, que é uma abstração. O nosso aluno real,
contudo, o aluno concreto, é único. Cada um deles é diferente e precisa ser
tratado em sua individualidade, em sua subjetividade. Uma pedagogia da cidade
serve também para a escola construir o projeto político pedagógico de uma
educação na cidade.
REFERÊNCIAS
Vídeo-aula 13: Educação Geográfica, estudo da cidade e o uso da cartografia ministrada pela professora Sônia Castellar da Universidade de São Paulo.

Nenhum comentário:
Postar um comentário